O craque Cristiano Ronaldo vive um momento delicado. O português é acusado de estupro por Kathryn Mayorga, uma modelo de 34 anos. Impulsionada pelo crescimento do movimento #MeToo, que já expôs casos como o de Harvey Weinstein, a americana pretende num primeiro momento anular o acordo de confidencialidade assinado em 2010 com Ronaldo, pelo qual recebeu mais de 370 mil euros e que foi intermediado por uma antiga advogada da alegada vítima e uma equipa de advogados de CR7.
A alegação da modelo é que foi forçada a fazer sexo anal com o astro da Juventus em 2009, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Segundo ela, eles se conheceram em uma festa no hotel Palms, em Las Vegas, na época em que o jogador atuava no Manchester United mas que estava a negociar a sua transferência milionária para Espanha. A alegada violação ocorreu sensivelmente três semanas antes de o português ser apresentado como reforço do Real Madrid, numa transferência avaliada em 94 milhões de euros.

Fotos da noite em que Cristiano e Kathryn se conheceram em Las Vegas Fonte: Jornal Público
No processo, Kathryn Mayorga afirma que CR7 convidou Mayorga para sua cobertura em Las Vegas e a forçou a ter relações sexuais. A modelo afirma que aceitou o convite do jogador português para ir ao quarto 57306 onde ele estava hospedado para ver a vista e o jacuzzi da penthouse.
No início de 2010, e depois de Mayorga ter apresentado e retirado queixa na polícia de Las Vegas, Ronaldo – segundo ela – obrigou-a a assinar um contrato com o valor de 375.000 dólares para não divulgar o incidente.
O novo processo busca provas de que a queixosa assinou o contrato sem a vontade necessária, alegando que na altura do acordo não avançou mais com a queixa na justiça porque não estava em condições psicológicas de o fazer e porque foi desincentivada pela polícia, por se tratar de um jogador de futebol mundialmente conhecido e com muito poder.
Para anular a validade do acordo celebrado no início de 2010, os advogados de Kathryn Mayorga terão de provar que este acordo de confidencialidade é um “contrato inaceitável”, porque a modelo estava numa situação negocial imensamente inferior à de Ronaldo, inclusive tendo sido coagida pelos advogados de CR7 a assinar o mesmo, pelo que não lhe foi possível a defesa dos seus direitos ou interesses; Outra questão que a acusação poderá alegar é que este acordo de confidencialidade tenta ocultar um crime de estupro.

Foto: AFP/Getty Images
Kathryn Mayorga, em entrevista ao jornal alemão Der Spiegel, afirmou que estava com medo: “É um cara muito famoso, estou aterrorizada. Assinei o contrato, em primeiro lugar, porque não queria que meu nome fosse divulgado”.
Cristiano Ronaldo negou as acusações em uma transmissão ao vivo na sua conta no Instagram. “As pessoas querem se promover através do meu nome”, sublinhando que a relação sexual entre os dois foi consensual e que os documentos revelados pelo Der Spiegel contendo supostas declarações suas a confirmar a violação são “puras invenções.”
Foto de Capa: Fox Sports